É verdade.
Soube-o logo desde a primeira vez que te vi. E tu não porque andavas muito distraída a recolher búzios para a tua requintada colecção do MAR. Gostei infinitamente de ti.
Há coisas que demoram tempo a congeminar com outras para se tornarem … coisas com importância.
A doença que a História enferma já se locupletou à nossa custa, o que, para ser muito sincero, não me conserva lá muita felicidade.
O que importa?
É que tu existes, estás e és.
É que eu existo, estou e sou.
A colecção, a colecção, a colecção… a colecção?
Estamos cúmplices de um acto de sabotagem recíproco onde ainda não foi concretamente apurado quem disparou primeiro. Se tu. Se eu. Ou ainda… se alguém levou mesmo algum tiro.
O meu desejo é maior que o tempo e não me importo de esperar porque, vá para onde for, nunca me separarei de ti. Desde o início dos tempos, dos primórdios que a Natureza concede à alma a oportunidade de se encontrar com a sua congénere.
A vida não é mais importante que isto.
A vida foi um passeio à noite.
Numa noite de Verão, que só por ser de Verão, já faz com as paredes exteriores das casas e as fachadas dos prédios, o trânsito, as pessoas, a multidão, o barulho… pareça muito mais encantador. Nem as primeiras palavras ela disse. E o segredo de que é portadora, esse, largou o repouso e entregou-o a mim. Está cansada, triste e tem medo. Recolhe-se, uma vez mais, em longe.
Ela grita “não sabia, eu não sabia”.
Vive-se cada vez mais depressa num estado de letargia profundo e a cor de todos é o preto.
Nunca te deixarei. Não é uma promessa. É um destino, percebes?
Não há nada a fazer. Não podemos fugir um do outro. Eu pertenço-te. Sim?
Isto é uma viagem pelo tempo. Dura aqui e durará depois lá, mais tarde. Mas durará sempre.
As intenções são supérfluas. As palavras carregam um significado remoto do sentir.
Vale a pena pensar em ti.
A ausência não é ausência em nós. É distância.
Um dia tu chamas-me e eu apareço.
Tu levas-me e eu vou.
Tu pedes-me eu faço.
Dás e eu retribuo.
Apaga-se e acendemos.
Eternamente.
Feliz escolha a do marujo, que se abeirou da humilde criança e lhe sacrificou a guloseima em troca dos segredos de Neptuno. Mostrou-lhe o mar e o catálogo. Ela escolheu e levou o búzio cantante, que soprava ventos angelicais, sons e melodias que não há. E o capitão da barra levou-a então ao mar alto para de lá verem o farol.
Sempre do teu lado,
A navegar até ao outro porto
4 comentários:
aiiiii! esta!!!!! k saudades.....que lindo!!!!
Gosto de ti!
Mbones
Tu és lindo.
...meu porto seguro...
merecemos...
Plim...
É hoje que quero deixar uma marca minha, é hoje que quero deixar sinais de mim espalhados no que escrevo… não quero uma passagem, quero ficar."
Hoje deixas, hoje ficas...hoje é agora e depois...Lá
Grande surpresa para mim...a imagem que tenho sua nunca me levaria a crer que escrevesse desta forma... É um dom que admiro bastante...
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