domingo, 27 de junho de 2010

Eu vi-te


Eu vi-te!
E marquei-te!

Haveria de saber porquê um pouco mais tarde, quando aos poucos foram primeiro as palavras a quedarem-se no sentido e diletantemente, transgrediu-se do uso cuidadoso da razão… para o âmago da nossa essência. Sim, essa… a voz do coração. Éramos aí nós completos. Já não eram as palavras que se liam, não. Eram as vozes que se escutavam no que se lia, eram os olhos a dizerem-te as coisas… a entrar sorrateiramente dentro do nosso “habitáculo” precioso. Não eram os conceitos que nos prendiam a atenção. Eram as definições que nos deliciavam… e com que nos procurávamos avidamente saciar. Quase aflitivamente. Queria expor tudo, que me lesses num segundo, bem sabendo, que não é assim… que um livro se lê letra a letra palavra a palavra… Encontraram-se encruzilhadas onde nos perdemos e nos encontrámos… e assim várias vezes. Ao ritmo da nossa risota porque achávamos que tudo podia ser possível. Era tudo tão frenético mas tão calmo. Ninguém queria discutir uma impossibilidade, uma incompatibilidade… queríamos sorver o momento como se estivesse prestes a acabar… e o medo que fazia pensar que podia acabar, logo ali… naquele abrir e fechar de olhos.

Mas depois e ainda durante

Abraçaram-se!
Fizeram todas as pazes. Renderam-se e desfrutaram-se.
Recuperaram e não se fecharam…
Vivem absortos.

A força do sentir é imensa…
Coarcta a possibilidade de realizar outro desejo que não seja o de descobrir e de redescobrir o outro numa corrida incessante, sem cansaço, sem rumo e sem queda.

Tudo tudo tudo…
Menos do que tudo não…
Tudo era o teu rosto, era o som da tua voz com que me acordavas e me adormecias.
Tudo era sentir-te longe e distante mas nunca ausente.
Tudo era o teu nome…
Era o teu murmurar baixinho…
Foram as coisas que me disseste e retive…
As que não podem sair mais daqui…
Porque são tudo o que tenho…
E não preciso de mais.

1 comentário:

Anónimo disse...

:) Conheço bem estas palavras....deverias pulicar mais...como "babooscka" e o "nenufar" entre tt outros....
guardo tudo...como se se tratasse de pedacinhos de uma história...ja vivida...a tua...um beijo enorme! achei delicioso!e o titulo também!
MBones